O garimpo na Amazônia, atividade que movimenta bilhões e alimenta economias locais, voltou aos holofotes por outro motivo: a destruição ambiental acelerada que gera. Entre rios contaminados por mercúrio e florestas degradadas, o que poderia ser um debate sobre economia e sustentabilidade se transformou em símbolo de um Brasil que insiste em escolher lucro imediato em detrimento do futuro do planeta.

O que chama atenção não é apenas o impacto ambiental — que é devastador e mensurável —, mas a seletividade das atenções políticas. Enquanto o garimpo ilegal avança em terras indígenas e áreas de preservação, há pouco debate consistente sobre como impedir o avanço dessas práticas ou responsabilizar grandes atores econômicos envolvidos.

A Amazônia é constantemente usada como bandeira de debates globais: líderes internacionais, ONGs e ativistas denunciam queimadas e desmatamento, mas pouco se fala sobre a mineração ilegal que polui rios, expulsa comunidades tradicionais e destrói ecossistemas inteiros. A exploração desenfreada, muitas vezes tolerada ou ignorada, expõe a contradição entre discursos de preservação e práticas econômicas de curto prazo.

O problema é complexo: milhares de famílias dependem do garimpo como fonte de renda, e soluções que combinem desenvolvimento econômico e preservação ambiental ainda são incipientes. Mas o que se questiona é a priorização. Por que atividades que ameaçam a maior floresta tropical do planeta seguem quase invisíveis no debate público, enquanto outras crises recebem atenção imediata?

O ativismo ambiental, quando seletivo, perde força. E quando autoridades e influenciadores silenciam diante do garimpo ilegal, o debate ambiental se empobrece, deixando de lado medidas urgentes de fiscalização, educação e alternativas sustentáveis para quem depende da floresta para sobreviver.

A pergunta que fica: a Amazônia deixou de ser prioridade? Ou será que o interesse por narrativas mais “palatáveis” está desviando atenção do problema real que ameaça a biodiversidade e o futuro do planeta?


BOX DE DESTAQUE:
“Enquanto rios viram lama e florestas desaparecem, o garimpo na Amazônia desafia o mundo a escolher entre lucro imediato e futuro coletivo.”
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Redação: Dyogo Teofilo
📅 13 de outubro de 2025 | 🕒 01h20