Foto: Redes sociais

Falar em sonegação de impostos sempre foi tabu. Afinal, é crime. Mas em um país onde quem sonega bilhões senta com ministros e quem atrasa o IPVA tem o carro apreendido, talvez seja hora de repensar quem realmente está cometendo o maior delito.

Sonegar virou, para muitos brasileiros, não um luxo, mas uma forma de sobrevivência. O pequeno comerciante que esconde uma parte da venda, o autônomo que não emite nota, o prestador de serviço que negocia “por fora”. Nenhum deles está nadando em dinheiro. Estão apenas tentando escapar de um Estado que cobra pesado, mas devolve pouco ou nada.

O sistema tributário brasileiro é cruel com quem tem pouco e complacente com quem tem muito. Os pobres pagam proporcionalmente mais impostos do que os ricos. A carga está embutida no arroz, no feijão, no remédio. Mas dividendos e grandes fortunas? Intocáveis.

Enquanto isso, escândalos de corrupção drenam o que já foi pago com suor. O que o cidadão recebe em troca? Um serviço público sucateado, filas, insegurança, e promessas que nunca saem do papel.

Sonegar é crime, sim. Mas em tempos de injustiça fiscal, virou escudo. Um protesto mudo de quem já cansou de ser feito de otário por um sistema que finge ser justo e só é pesado para os de baixo.


BOX DE DESTAQUE:

“Quem sonega por desespero não é o vilão. O vilão é o sistema que obriga o pobre a escolher entre pagar imposto ou sobreviver.”
— O Intelectual Brasil


O Intelectual Brasil
Redação: Dyogo Teofilo 
📅 02 de junho de 2025 | 🕒 12h02